quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Esperança para Vencer


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Caro Amigo do Futebol Clube Barreirense,
Prezado Consócio:
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Foi no passado dia 11 de Abril de 2010 que o Futebol Clube Barreirense entrou no centésimo ano de existência.
A Comissão Executiva das Comemorações do Centenário, eleita em Assembleia-Geral de 26 de Fevereiro de 2010, e a que tenho a honra e privilégio de presidir, divulgou desde logo o seu Manifesto “Olhar o passado. Conquistar o futuro. Unir os Barreirenses”.
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Escrevemos então:
“Em 11 de Abril de 2011 o Futebol Clube Barreirense completará 100 anos de vida.
Somos um clube histórico, distinguido como Pessoa Colectiva de Utilidade Pública (Governo) e agraciado pela Medalha de Bons Serviços Desportivos (Presidência da República), Medalha de Mérito Desportivo (Governo) e Medalha de Ouro de Bons Serviços (Câmara Municipal do Barreiro).
Temos orgulho da obra realizada e consciência do contributo para a formação cívica e desportiva de sucessivas gerações de cidadãos.
Queremos celebrar o primeiro centenário com a alegria e o brilho que se impõem e com a grandeza e a generosidade que nos caracterizam”.
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Não nos temos poupado a esforços. Com muita ilusão. E idêntica determinação.
Divulgámos em primeira mão o nosso projecto aos associados presentes na Assembleia-Geral de 26 de Fevereiro de 2010. Fizemo-lo igualmente à Comunicação Social, à Câmara Municipal do Barreiro e às Juntas de Freguesia. Privilegiámos a área comunicacional.
A empresa MIOPIA criou o logótipo do Centenário.
Inaugurámos o Blogue CENTENÁRIO BARREIRENSE (http://barreirensecentenario.blogspot.com/).
Produzimos o Jornal O BARREIRENSE, em edição comemorativa do 99º aniversário, com uma tiragem 10.000 exemplares distribuídos gratuitamente por todo o espaço territorial do concelho do Barreiro.
Temos mantido uma presença regular em ROSTOS Online, no NOTÍCIAS do BARREIRO e no JORNAL do BARREIRO.
Realizámos com reconhecido mérito e brilho a Sessão Solene do 99º aniversário, com ampla adesão de associados e a distinta presença de, entre outras personalidades, Laurentino Dias (Secretário de Estado da Juventude e do Desporto), Carlos Humberto Presidente da Câmara Municipal do Barreiro) e Carlos Queiroz (seleccionador Nacional de Futebol) e a inesquecível contribuição da Banda Municipal do Barreiro e da Camerata Municipal do Barreiro.
Constituímos equipas de trabalho nas áreas desportiva, cultural, financeira e de comunicação e imagem.
Apresentámos e iniciámos a venda de uma peça escultórica alusiva ao Centenário, idealizada e produzida pela artista barreirense Ana Encarnação.
Concebemos o Kit Sócio, proposta aliciante de filiação de novos associados – um sucesso até ao presente, e que esperamos vir a incrementar nos próximos meses.
Promovemos a Constituição de uma Comissão de Honra do Centenário, constituída por centena e meia de personalidades.
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Estamos determinados, optimistas e confiantes.
Contaremos para tal com todos os Barreirenses.
Com serenidade, competência, bom senso e criatividade, ajudaremos com o nosso simples mas empenhado contributo, a construir um novo FC Barreirense – rejuvenescido, renovado, quiçá renascido.
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A caminho do Centenário, o Futebol Clube Barreirense reorganiza-se e moderniza-se administrativamente, reequilibra-se financeiramente, enriquece o seu património físico e humano, constitui equipas competitivas nas diversas modalidades, assentes em rigor orçamental e no recurso fecundo e obstinado a atletas oriundos das suas escolas de formação.
Será este o caminho. Do presente. E do futuro.
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Caro Amigo do Futebol Clube Barreirense,
Prezado Consócio:
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Em 11 de Abril próximo decorrerá no mítico Ginásio Sede a Sessão Solene do Centenário.
Contribui para o sucesso desse evento que desejamos inesquecível.
Participa com ideias e sugestões. Disponibiliza-te para as equipas que se constituirão para erguer tão estimulante e exigente acontecimento da nossa História.
Divulga-o entre familiares e amigos.
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FELIZ 2011 para todos.
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Saudações Barreirenses,
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Paulo Calhau
[Presidente da Comissão Executiva das Comemorações do Centenário do Futebol Clube Barreirense]
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Recordar e Viver (XXIX)


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23 anos de Xadrez no Futebol Clube Barreirense
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A Secção de Xadrez do Futebol Clube Barreirense foi criada em 1987 por Manuel Brito, que foi igualmente um dos fundadores da Associação de Xadrez do Distrito de Setúbal.
Tem uma dinâmica de escola de formação, onde têm surgido alguns jovens promissores. Nuno Rodrigues, foi um dos que mais se destacou, tendo sido um dos jogadores importantes na conquista de alguns títulos colectivos do Clube. Um dos jovens que mais se destacou também, mas mais recentemente foi Vasco Ramos, vice-campeão nacional de sub-20 em 2009.
O Futebol Clube Barreirense é um dos 164 clubes filiados na Federação Portuguesa de Xadrez (que em Janeiro último celebrou 83 anos de existência), com 40 atletas nos vários escalões, num universo nacional de 3946 atletas filiados.
O Clube tem já um passado de sucessos individuais e colectivos nas três disciplinas − xadrez em ritmo clássico, semi-rápidas (partidas de 30 minutos) e rápidas (partidas de 5 minutos) − com destaque para a conquista da Taça de Portugal em 2000, campeão por equipas em ritmo rápido em 1992, várias vezes vice-campeão nacional em ritmo clássico e semi-rápido. Milita actualmente na divisão principal, integrando 2 mestres internacionais e olímpicos Barreirenses, Rui Dâmaso (campeão nacional absoluto em 2007) e Sérgio Rocha (campeão nacional de semi-rápidas em 2006).
O Futebol Clube Barreirense é um clube reconhecido e respeitado na modalidade. Internacionalmente, tivemos uma parceria muito interessante com o Clube de Xadrez de Nancy, em França, que nos permitiu um intercâmbio de atletas e nos trouxe significativas mais-valias.
Destaco ainda a organização e realização, em 1992, pela Secção de Xadrez do Futebol Clube Barreirense, da 1ª Meia-maratona de Xadrez em partidas rápidas, que teve lugar no Ginásio-Sede do FCB, durou cerca de 13 horas, teve 40 participantes e 78 jornadas, tendo sido vencedor o atleta Rui Dâmaso.
Por último, gostaria ainda de realçar o “Open Internacional do Barreirense”, comemorativo do aniversário do Clube, um dos bons torneios nacionais de partidas semi-rápidas, que ao longo das 11 anteriores edições trouxe muitas centenas de xadrezistas ao Ginásio-Sede do Futebol Clube Barreirense.
A prática do Xadrez tem vantagens conhecidas. Complementa a actividade física, e pode, inclusivamente, ser preventiva em patologias degenerativas como a doença de Alzheimer.
Deixamos aqui o convite a todos os Barreirenses que quiserem aprender a jogar Xadrez, para visitarem a Secção no 2º andar do Ginásio-Sede.
A prática da modalidade não tem limite de idade.

António Bravo
(Atleta do FC Barreirense e Presidente da Federação Portuguesa de Xadrez)

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[texto publicado no JORNAL DO BARREIRO na série RECORDAR E VIVER, alusiva ao Centenário do Futebol Clube Barreirense]
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Recordar e Viver (XXVIII)


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A Ginástica no Centenário do Barreirense
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A Ginástica, modalidade de formação física e desportiva de jovens, desde muito cedo, que fez a sua aparição no F.C. Barreirense. Já nos anos 30, um professor Austríaco (Hoffer) dirigia uma classe de Ginástica para crianças.
Após algumas interrupções, a ginástica reaparece de forma mais sistemática, nos anos 50, mais propriamente após a inauguração do Ginásio-Sede em 1956. Na inauguração estiveram presentes classes de ginástica de saltos de Mesa Alemã que pela sua espectacularidade engrandeceram esta festa, e deram o mote do que seria o futuro desta modalidade no clube. Foram realizados diversos saraus e festas gímnicas nos quais estiveram presentes os clubes mais conceituados no panorama nacional da modalidade. Esta modalidade começou a ter um grande desenvolvimento e procura, e é a partir dos anos 60 que serão criadas classes para diversas idades, englobando escalões desde os mais jovens até aos adultos.
Na década de 80, esta modalidade atingiu um número de largas centenas de praticantes, que devido à sua qualidade fizeram com que o FC Barreirense fosse convidado a participar em programas de televisão, como por exemplo no reconhecido programa “Passeio dos Alegres” a convite do famoso apresentador e ícone da televisão, Sr. Júlio Isidro.
No final da década de 80 e princípios de 90, com o aparecimento da Federação de Trampolins e Desportos Acrobáticos, a Ginástica sofreu novo incremento no clube, participando em várias competições, e estando presente no campeonato do mundo por idades em 1991 na Alemanha, com as atletas Susana Santos, Cláudia Geraldes, Vera Rodrigues, Paula Graça e com os atletas João Carvalho e Artur Vieira.
Nos fins da década de 90, e nestes últimos anos, o FC Barreirense tem tido um grande número de campeões distritais, regionais e nacionais, individual e colectivamente.
Tivemos a participação da atleta Nádia Santos (campeã nacional de Tumbling) em 1996 no Campeonato do Mundo por grupos de idades de Trampolins e Tumbling no Canadá, e já em 2009, do atleta David Pinto em São Petersburgo na Rússia.
A atleta Sofia Gião (vice-campeã nacional em 1997 e várias vezes campeã distrital e regional) e a atleta Nádia Santos foram ambas agraciadas com a Medalha de Mérito Desportivo da Cidade do Barreiro.
Temos estado representados na Gymnaestrada Mundial com dezenas de atletas, integrados na Delegação de Portugal, em 1999, na cidade de Gotemburgo – Suécia (33 atletas) e em 2007, em Dornbirn – Áustria (43 atletas). Vamos também estar representados na próxima Gymnaestrada Mundial de 2011, que se vai realizar em Lausanne – Suíça.
A Ginástica e o FC Barreirense devem o agradecimento pelo contributo dado à modalidade e ao clube, aos professores Aníbal Roque, Argentino, Augusto Jorge, Carlos Pinto e Francisco Edgard, que ao longo destas últimas décadas deixaram uma marca indelével e contribuíram para que a Ginástica do FC Barreirense goze neste momento de um estatuto amplamente reconhecido no panorama nacional.
Actualmente, a Secção de Ginástica é constituída por um Director, Eng. José Muñoz, por um coordenador, Prof. Augusto Jorge, e por técnicos distribuídos pelas diversas classes que funcionam no clube.
A actual Direcção do FC Barreirense está profundamente empenhada em manter a tradição da modalidade no clube, e pretende que este continue a formar ginastas com qualidade, e a contribuir para um crescimento harmonioso dos jovens do nosso concelho e, pese embora todas dificuldades sentidas nos últimos anos, está a desenvolver todos os esforços para as ultrapassar.

Augusto Jorge
(Coordenador-Técnico da Ginástica do FC Barreirense)
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[texto publicado no JORNAL DO BARREIRO na série RECORDAR E VIVER, alusiva ao Centenário do Futebol Clube Barreirense]
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Recordar e Viver (XXVII)


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O Barreirense Campeão Distrital de Voleibol
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Após alguns anos em que a Associação de Voleibol quase não deu sinais de vida, eis que o Voleibol surge no Barreirense, graças à boa vontade de alguns dirigentes, dos quais se destacou Manuel Seixo, que também havia de ser treinador-jogador. O Barreirense fez assim ressurgir o Voleibol no Barreiro, e de que maneira, conquistando logo no seu primeiro ano de aprendizagem o título de Campeão Distrital.
Nos últimos três encontros, o Barreirense registou duas vitórias e uma derrota, em Setúbal, contra a Secil, por 3-2, e onde foi notória a falta de Manuel Dias. No Barreiro, a 8 de Maio de 1953, a uma Sexta-feira à noite, o Barreirense recebia a visita do Vitória de Setúbal, num encontro decisivo para a conquista do título, tendo vencido por 3-0 com todo o mérito, tendo desfeito o sonho dos sadinos. Torrão seria a grande figura dos alvi-rubros, tendo sobressaído os seus potentes remates. Os restantes companheiros cumpriram satisfatoriamente com o máximo do seu esforço, destacando-se a qualidade de passe de Manuel Seixo, começando a aparecer um novo elemento, Cabrita, que com a sua facilidade de elevação junto à rede, e com condições para vir a tornar-se um rematador perigoso, foi sempre uma verdade ameaça para o adversário.
O Barreirense era, de facto, uma equipa bem constituída, evidenciando uma boa rapidez de e reflexos e um constante movimento, qualidades fundamentais para que se possa praticar um voleibol de bom nível.
No Domingo, e já sem qualquer interesse para o título, o Barreirense deslocou-se a Setúbal, desfalcado de Torrão e J. Pedro, e perdeu com o Comércio e Indústria.
O Barreirense realizaria no dia 28 deste mesmo mês, no seu Ginásio-sede, uma festa de voleibol de homenagem aos novos campeões, com equipas femininas e masculinas, tendo acorrido em massa os sócios e adeptos do clube.
Após a conquista deste Campeonato Distrital, o Barreirense preparava-se para a disputa do Campeonato Nacional da II Divisão mas, problemas graves que voltariam a surgir na Associação da modalidade, novamente em fase de dissolução, o que levou a que não inscrevesse a equipa na prova, levou à desmotivação e à dissolução da modalidade no clube, que se antevia de belo futuro.
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José Seixo
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[texto publicado no JORNAL DO BARREIRO na série RECORDAR E VIVER, alusiva ao Centenário do Futebol Clube Barreirense]
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Velhos são os trapos


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No âmbito das actividades programadas e implementadas pela Comissão Executiva das Comemorações do Centenário, o grupo de trabalho da área do Futebol (coordenado pelo Dr. João Paulo da Matta e Prates) vem desenvolvendo um meritório trabalho, concretizado nomeadamente pela reactivada acção da Equipa de Veteranos, tecnicamente comandada por Bandeira - glória do futebol alvi-rubro.
Ao corpo técnico, atletas e dirigentes, a Comissão Executiva das Comemorações do Centenário endereça uma enorme saudação... BARREIRENSE.
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Recordar e Viver (XXVI)


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O Barreirense ficou mais pobre
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O dia 24 de Agosto de 2005 foi, para todos os barreirenses, um dia de tristeza e de luto, pelo desaparecimento inesperado, doloroso e brutal, de uma das pessoas mais devotadas, sérias e lutadoras do basquetebol do F. C. Barreirense, Edson Silva.
Edson, antigo atleta e treinador de basquetebol (foi o treinador que, em data imprecisa, venceu uma espécie de campeonato nacional de minibasquete inédito, disputado nessa altura por quatro equipas que ficaram apuradas após várias fases, em Ovar. Foi inesquecível a chegada da comitiva dos minibasquetebolistas ao Ginásio, juntamente com os familiares e adeptos que se tinham deslocado à cidade vareira.), desempenhava há alguns anos a tarefa, estimulante e exigente, de secretário administrativo da Secção de Basquetebol do Barreirense. Responsável por essa importante área do basquetebol profissional do clube, o Edson foi, desde a nossa admissão na Liga de Clubes de Basquetebol em 2000, um elemento fundamental no projecto de afirmação e relançamento da modalidade no clube. A competência, dedicação, simplicidade e honestidade que revelou em todos os momentos, granjearam-lhe enorme simpatia e consideração não só entre todos os seus companheiros e amigos Barreirenses, mas também por todos os diversos sectores e entidades da modalidade.
O elevado número de mensagens de condolências chegadas ao F. C. Barreirense e a presença de muitas centenas de amigos e familiares nas cerimónias fúnebres, desenroladas na Capela da Misericórdia e no Cemitério de Vila Chã, foram o testemunho inequívoco do pesar que a sua morte representou.
O Edson deixou-nos na juventude e pujança dos seus 40 anos, quando se perspectivava o reinício de mais uma época competitiva, onde voltaria a desempenhar as suas relevantes funções com redobrada energia, alegria e desportivismo.
De férias, junto às margens do Douro, fui informado do súbito internamento do Edson e da necessidade da realização de um cateterismo cardíaco urgente no Hospital Garcia de Orta. O exame correu bem, tendo regressado ao Hospital do Barreiro. No dia de regresso de férias, junto à área de Serviço de Antuã, recebo um SMS do António Libório anunciando a morte do nosso amigo e companheiro.
Edson foi justamente lembrado e homenageado na Gala de Apresentação da temporada de 2005/06. E nas Final Four de Sub-20 que disputámos e vencemos em 2006 e 2007, respectivamente em Paços de Ferreira e no Barreiro, o Edson esteve presente no momento da consagração, com uma t-shirt branca com a sua imagem impressa, rodeado em silencia absoluto por todos os membros da equipa.
Aqui o recordamos com saudade.
Até sempre Edson.
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Paulo Calhau
(extraído do livro PROVA DeVIDA -Estórias e Memórias do Meu Barreirense)

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[texto publicado no JORNAL DO BARREIRO na série RECORDAR E VIVER, alusiva ao Centenário do Futebol Clube Barreirense]
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Recordar e Viver (XXV)


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Um final de jogo louco e inédito
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Conforme tínhamos prometido, aqui estamos a lembrar um acontecimento nunca antes visto até então e que na altura foi muito comentado e discutido.
Depois do Barreirense ter conquistado, pela primeira vez na sua história, o Campeonato Nacional de Juniores Masculinos na época anterior (1953/54), os alvi-rubros aproveitaram essa embalagem e partiram decididos para a defesa do título, até que se chega à Final, de novo com a Académica de Coimbra mas, desta vez, e devido a uma alteração à sua forma de disputa, a mesma seria decidida à melhor de dois jogos.
No primeiro jogo, disputado a 9 de Julho de 1955, em Coimbra, o Barreirense tinha perdido por 4 pontos (42/46), transferindo a decisão do título para o segundo jogo a ser realizado a 10 de Julho, no Barreiro, no campo de terra batida que ficava localizado por debaixo da bancada sul do Campo D. Manuel de Melo, em virtude de obras que estavam a decorrer no Ginásio.
A partida foi emocionante, como seria de prever, e o muito público teve o privilégio de assistir a jogadas espectaculares e, a menos de dois minutos do fim, a partida estava empatada a 26 pontos. O empate servia os interesses dos locais já que obrigava a um prolongamento, onde podiam recuperar e ultrapassar a diferença de quatro pontos verificada na primeira partida. No entanto, e por indicação vinda do banco dos estudantes, estes agarraram na bola e, para surpresa geral, introduziram-na no seu próprio cesto, passando o Barreirense a ganhar por 28/26 e, desta forma a Académica era campeã. A surpresa foi geral. Entretanto a posse de bola era do adversário que começou a deixar passar os segundos, mas os alvi-rubros apossaram-se da bola, mas sem saberem o que deveriam fazer, até que veio a ordem do técnico Albino Macedo, aconselhado por Martiniano Domingues: metam também a bola no nosso (do Barreirense) cesto. Para espanto geral, e querendo impedir que o Barreirense metesse a bola no seu próprio cesto, a Académica passou a defender este cesto, mas não teve sucesso e os alvi-rubros acabaram por empatar o jogo a 28 pontos, terminando o jogo empatado e obrigando a um prolongamento, que era o objectivo do Barreirense, e o subsequente prolongamento chegou ao fim com o resultado favorável aos donos da casa por 34/28 e, desta forma, estes conseguiram o seu segundo título de Campeão Nacional de Juniores Masculinos da época de 1954/55. Esta foi uma partida digna de figurar como um acontecimento histórico devido ao seu ineditismo.
Actualmente, a marcação propositada de uma equipa no seu próprio cesto é sancionada com violação e os pontos anulados.
A equipa do Barreirense, orientada tecnicamente por Albino Macedo, alinhou com Manuel Pereira (5), João Soares (7), Leonel Almeida (4), Vitorino Santos , Sérgio Bravo (2), Francisco Ferreira (3), José Vicente (11) e Armando Soeiro (2).
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José Seixo
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[texto publicado no JORNAL DO BARREIRO na série RECORDAR E VIVER, alusiva ao Centenário do Futebol Clube Barreirense]
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Recordar e Viver (XXIV)


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Os primeiros Torneios e Campeonatos de Futebol
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Decorria a época de 1926/27, o F. C. Barreirense, treinado pelo Eng. Augusto Sabbo, o Luso F. C., o Moitense, o Paio Pires e o Aldegalense, disputam a I Liga de Futebol do Barreiro, com o Barreirense a sair vencedor da mesma. Seria a partir desta época que nasceria uma grande rivalidade entre estes dois clubes do Barreiro.
Em Outubro de 1926, num jogo em benefício da Liga de Futebol do Barreiro, estando em disputa um bonito e valioso troféu, oferecido pela autarquia barreirense, o Luso, contra todas as previsões, derrotou o Barreirense, no recinto do Rossio, por 5-3.
O Barreirense venceu depois o Campeonato das Ligas, ganhando no Campeonato de Promoção ao Bonsucesso, de Lisboa, conquistando, desta forma, o direito a disputar, na época seguinte, a Divisão de Honra de Lisboa.
No Campeonato de Portugal, elimina sucessivamente o Olhanense (9-4), o Boavista (2-0), o Império de Lisboa (3-1) e, nos quartos de final, perdeu com o Vitória de Setúbal (1-0).
Entretanto, em 1927, é criado o Distrito de Setúbal e, neste mesmo ano, é criada também a Associação de Futebol do Distrito de Setúbal (05/05/27) e o Barreirense é convidado a disputar o I Campeonato de Setúbal, cujo regulamento, que obrigava a que os jogos fossem disputados apenas em Setúbal, não foi aceite por este clube, dando assim origem ao I Campeonato do Núcleo do Barreiro, reconhecido no entanto pela A. F. de Setúbal e no qual participaram o F. C. Barreirense (vencedor), o Unidos do Barreiro, o Seixal, o Aldegalense, o Vitória do Barreiro e o Independente da Torre da Marinha.
A época de 1929/30, seria uma época de ouro para o Barreirense. Terminara o Campeonato de Setúbal, com o Barreirense e o Vitória de Setúbal empatados no primeiro lugar. A respectiva final foi realizada no Montijo, tendo o Barreirense vencido por 3-0. Derrota depois em Lisboa o Belenenses (5-3) e o Sporting Clube de Portugal (5-1) em jogos particulares. No Campeonato de Portugal, o Barreirense prossegue a sua caminhada vitoriosa, eliminando o Unidos do Barreiro, o Comércio e Indústria de Setúbal, o Luso F. C., o União de Coimbra, o Boavista, o Espinho e o Belenenses. Na final, o Barreirense perdeu com o Benfica por 3-1, após prolongamento, dando origem ao primeiro título de Campeão Nacional deste clube. Desta equipa do Barreirense faziam parte José João, Bento de Almeida, Luís Falcão, Álvaro Pina, Pedro Pireza, Francisco Câmara, José Correia “Toupeira”, António Carvalho, Raúl Jorge, José da Fonseca e João Pireza.

José Seixo
(extraído do Livro O Barreiro Contemporâneo de A. Silva Pais)
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[texto publicado no JORNAL DO BARREIRO na série RECORDAR E VIVER, alusiva ao Centenário do Futebol Clube
Barreirense]
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Torneio de Natal / Centenário


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Torneio de Natal
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Integrado nas Comemorações do Centenário completou-se ontem mais uma edição do Torneio de Natal do FC Barreirense para o escalão de Sub18 - Basquetebol.
Este torneio contou com a presença da equipa do FC Barreirense e com as equipas convidadas do Simecq (Sub20), Algés e da Selecção Nacional (Sub16) que ao longo de três noites se defrontaram no Ginásio Sede.
Contando por vitórias os jogos disputados, a equipa Simecq sagrou-se campeã.
A Comissão Executiva das Comemorações do Centenário endereça os parabéns à equipa vencedora e aos demais participantes.
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Recordar e Viver (XXIII)


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Os primeiros passos
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Tendo sabido reunir à sua volta as simpatias da gente nova do Barreiro, atraindo elementos dispersos dos primeiros grupos locais surgidos até 1910 e impulsionado por alguns outros elementos mais evoluídos e tenazes nos seus objectivos, o Futebol Clube Barreirense pôde singrar, sem competidores, na altura, que lhe pudessem diminuir a influência. Venceria, cerca de dois anos após a sua fundação, o seu primeiro troféu, uma Compoteira, em jogo organizado pela Associação dos Bombeiros Voluntários Herold, em 4 de Agosto de 1913, defrontando o Vitória de Setúbal, tendo triunfado por 5-3.
Foi no ano de 1914 que o F. C. Barreirense começou a utilizar o campo do Rossio, o primeiro rectângulo de futebol desta vila. Era então de terra lavrada, cujo piso foi preparado com barro e jorra.
Em 1915, o jovem clube inscreveu-se na Associação de Futebol de Lisboa, não disputando todavia qualquer torneio de competição, limitando-se apenas à organização de torneios particulares, começando por organizar, em 1916, um torneio entre equipas do próprio clube (da 1ª à 4ª categoria), que disputaram a taça “Barreirense”. Nesse ano, em Agosto, ganha a Taça “Cruz Vermelha”, instituída pela delegação local da C. Vermelha, em competição com um “União do Barreiro” e um “Grupo Desportivo da União Fabril”.
Depois, em 1918, entre Setembro e Outubro, organiza outro torneio, desta vez com clubes de Lisboa, o União Futebol Avenida, o Império Lisboa Club, o Grupo Futebol Benfica, o Grupo Desportivo Nuno Álvares, o Portugal Futebol Club e o Lisboa Sporting Club, com o fim de preparar uma equipa para participar nas provas oficiais da A. F. L. O Barreirense pagava metade da despesa de transporte dos clubes forasteiros. A taça, com o nome de “Barreiro”, foi ganha pelo clube organizador.
Entretanto, fundam-se nesta vila o “Estrela” e o “Independente”, formando o “Estrela-Independente F. C. Barreirense, pondo em causa a supremacia do Barreirense, derrotando-o e conferindo-lhe o título de Campeão do Barreiro.
Em Março de 1921, o jornal barreirense Acção institui uma valiosa taça com o seu nome, para ser disputada num torneio entre clubes do Barreiro e do Seixal, e nele tomam parte o F. C. Barreirense, o União Futebol Barreirense, o Sport Lisboa e Seixal e o Seixal Sport Club. O torneio foi ganho pelo Barreirense e da equipa faziam parte Marcolino, Joaquim Silveira, Tiago Rodrigues, João Rebelo, Joaquim Sapateiro, António Oliveira, Valentim Rebelo, Augusto Martins, Bernardino Carvalho, Manuel Rodrigues e Augusto Rebelo.
Em 1923, o F. C. Barreirense enfrenta no campo do Rossio, que entretanto sofrera diversas melhorias, os espanhóis do Real Union de Huelva. Novo êxito. No ano seguinte, alguns clubes de Lisboa, põem entraves ao ingreso do Barreirense na Divisão da Promoção da A. F. Lisboa, e tinham receios para isso, já que, a 5 de Fevereiro desse mesmo ano de 1924, o Barreirense espantava o País ao derrotar no Barreiro o “grande” da capital, o Casa Pia, por 4-0!
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José Seixo
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(extraído do Livro O Barreiro Contemporâneo de A. Silva Pais)
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[texto publicado no JORNAL DO BARREIRO na série RECORDAR E VIVER, alusiva ao Centenário do Futebol Clube Barreirense]
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Recordar e Viver (XXII)


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Se os tacos jogassem…
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Se dúvidas eu tivesse, o Barreirense é a prova de que o desporto é uma actividade do Homem para o Homem. Não tenho qualquer hesitação em afirmar que são de facto as pessoas que fazem frutificar toda a actividade, independentemente dos recursos financeiros ou infra-estruturais nem sempre serem os melhores. Ao longo dos anos, habituei-me a assistir aos “pequenos milagres” que quotidianamente se fazem no clube para o manter de pé, ao nível das tradições ancestrais e das responsabilidades arcadas, toda uma secção que movimenta em torno dela mais de quinhentas pessoas que interagem para que nada falte aos jogadores, e mantêm a modalidade no top do Basquetebol Nacional. É de facto um prazer sair da nossa cidade e sentir que nos outros concelhos deste país se fala do Basquetebol do Barreiro com respeito e admiração. Penso que é um estatuto ganho com o trabalho e a dedicação, para além do amor em torno de uma causa comum: o Basquetebol Barreirense.
É com preocupação que ouço responsáveis dos mais diferentes níveis de decisão falar de infra-estruturas como forma de desenvolver a actividade desportiva. É um facto que os tacos do Ginásio sabem mais de basquetebol que qualquer um de nós, mas nunca jogaram. Foram sempre os jogadores.
Claro que são necessárias instalações com qualidade. Se não fosse o pavilhão Luís de Carvalho, não podíamos militar na Liga e proporcionar a todos os amantes da modalidade poderem assistir, ao vivo, ao melhor basquetebol que se pratica em Portugal. É também qualidade de vida proporcionar estes espectáculos desportivos.
Felizmente que não tem sido obsessão local a “infra-estrutura a todo o custo”. Temos tido gente equilibrada nos centros de decisão com uma perspectiva humanista desta questão.
Aos nossos parceiros públicos e privados, o nosso “bem hajam” e não dêem por mal empregue os investimentos realizados porque o retorno é bom. É muito importante a função social que o clube tem desempenhado, enquadrando e orientando os jovens desta terra para caminhos mais correctos.
O Barreirense está pronto para novos desafios e novos horizontes. Brevemente, tenho fé, conseguirá alargar a sua influência noutras zonas, auxiliando outros que se queiram lançar na modalidade.
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José Salgueiro
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[texto publicado no JORNAL DO BARREIRO na série RECORDAR E VIVER, alusiva ao Centenário do Futebol Clube Barreirense]
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Recordar e Viver (XXI)


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Uma jornada inesquecível
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O Barreirense tinha-se sagrado Campeão Nacional de Seniores Masculinos na época de 1956/57 pela primeira vez na sua história e seria o primeiro clube português a participar na Taça dos Clubes Campeões Europeus.
Por tal facto, o Barreirense recebeu, a 12 de Março de 1958 o poderoso Real Madrid, no seu Ginásio, onde foram montadas bancadas suplementares, de madeira, permitindo assim a presença de cerca de 2.000 pessoas, enchendo literalmente o recinto desportivo.
De referir que este jogo foi o primeiro a ser televisionado, fora de Lisboa, e a partida pôde, deste modo, ser seguida por muitos milhares de telespectadores nos locais onde naquela época era já possível captar as imagens de televisão. No próprio edifício do Ginásio-Sede foram instalados aparelhos de tv para que os sócios que não conseguiram ingressos pudessem seguir as peripécias do jogo.
A comitiva espanhola, na qual se incluía o presidente do clube Raimundo Zaporta, foi recebida em Coina por dezenas de viaturas, constituindo-se em caravana que percorreu em apoteose todo o percurso até à Câmara Municipal do Barreiro, onde teve lugar uma cerimónia de boas-vindas.
As equipas de formação do Barreirense tomaram parte nas festividades, as quais tiveram a presença do Governador Civil de Setúbal Dr. Miguel Bastos, do Presidente da Câmara Municipal do Barreiro Eng. Alfredo Garcia, do Director Geral de Desportos Dr. Ayala Barreto, do Presidente do F. C. Barreirense Sr. Guerra Pimenta e de outras individualidades.
A poderosa equipa madridista, treinada por Pineda e que tinha no seu plantel três estrelas porto-riquenhas, acabaria por vencer por 51/68 (com 33/42 ao intervalo) alinhou com Propiliano (9), Martinez (16), Hernandez (4), Baez (16), Casillas (15) e Brindle (8).
A equipa do Barreirense, que mesmo assim realizou um excelente jogo, era constituída por Albino Macedo (10), Manuel Clímaco, Zé Valente (10), José Vicente, Manuel Pereira, Zeca Macedo (21), Armando Soeiro, Eduardo Nunes (3), Eduardo Quaresma, Jorge Silva (4) e Manuel Ferreira “Nelito” (3). O treinador era o Eng. José Godinho, o médico era o Dr. João Manuel Prates, o massagista era o Hamilton Marques Pena e Luís Augusto, o dirigente.
O jogo foi dirigido por Van Der Schuren (belga) e Marcel Pfentin (suíço).
A partida 2ª. mão realizou-se a 20 de Abril de 1958, em Madrid, com natural vitória do Real Madrid por 86/40.
Foi de facto uma jornada inesquecível e que faz parte do rico historial do basquetebol do clube.
O Campeão Europeu nesta época seria o A. S. K. de Riga (URSS).
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José Seixo
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[texto publicado no JORNAL DO BARREIRO na série RECORDAR E VIVER, alusiva ao Centenário do Futebol Clube Barreirense]
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Para sempre!


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