Fui pela primeira vez ao Ginásio-sede do Barreirense em 1972 para ver jogar Earnest Killum, um antigo jogador dos Los Angeles Lakers. Que jogador fantástico!
Durante essa época, eu e alguns amigos apanhávamos o barco em Lisboa para ver os jogos em casa do Barreirense. O Killum era a estrela, mas a equipa tinha uma garra espectacular. Uma marca que ainda hoje permanece.
Impressionou-me também a Sede. Era e é um local acolhedor, construída de forma notável pelos sócios.
Só voltei ao Barreirense em 1994. O meu filho mais velho, então com oito anos, queria jogar basquetebol. Vivíamos no Meco e resolvi visitar os clubes da região. Fui a uma sessão de treino de Minibasquetebol no Barreirense e a escolha foi imediata. Os treinadores eram excelentes e o entusiasmo inigualável.
Conduzi-o aos treinos durante cinco anos, quase diariamente. O Barreirense era a “melhor escola” que ele podia frequentar. Ali aprendeu valores fundamentais: a paixão, o espírito de sacrifício, a resiliência, e o saber ganhar e perder. No Barreirense, aprendeu os fundamentos do Basquetebol. Mas aprendeu também a aspirar à excelência.
Fiquei também a gostar da vida urbana do Barreiro e em particular da sua atmosfera cultural. Em muito poucos locais, encontrei uma livraria com a qualidade da Bocage.
A vida profissional obrigou-nos a ir viver para Lisboa. Passámos para outro clube com valores idênticos: o Sport Algés e Dafundo, onde joga actualmente o meu filho mais novo. Mas ainda hoje seguimos semanalmente os resultados do Barreirense. Vibramos com o sucesso de miúdos que conhecemos desde o Minibasquetebol como o Pedro Pinto.
Apesar dos tempos de crise, estou certo que a qualidade vencerá sempre. Estou hoje envolvido em projectos que podem conduzir o Barreiro a um novo ciclo de prosperidade. O Barreirense será certamente um dos beneficiários. Com o desenvolvimento da cidade, o clube poderá tornar-se numa referência europeia em Basquetebol. Esse é o meu desejo na passagem deste primeiro centenário.
António Câmara
Professor Universitário e Presidente da Y Dreams
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[texto publicado no jornal O BARREIRENSE - edição comemorativa do 99º aniversário]
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