quinta-feira, 3 de junho de 2010

Recordar e Viver (VI)


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Um Título muito saboroso

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Estou afastado do Barreiro praticamente desde 1981, mas vivo o dia a dia do Barreirense, um clube que nunca esqueço e que muito amo, procurando, quer por intermédio de amigos que atempadamente me informam, quer através do site do clube que consulto quase constantemente através da net.
Sei que muitos dos que a esta tarefa vão meter ombros, irão decerto relembrar subidas de divisão no futebol que foram muitas e outras coisas relacionadas com o desporto-rei, do tempo em que o Barreirense dava cartas por ter sido em anos passados um quase inesgotável alfobre de jogadores.
Vou então contar algumas “coisas” sobre um título nacional de juniores de basquetebol masculinos que obtivemos em 1977.
O campeonato em causa comportava 8 equipas, quatro do norte e quatro do sul e que eram: Académica, Galitos de Aveiro, Vilanovense e Académico do Porto, em representação do norte e Barreirense, Benfica, Atlético e Sporting em representação do sul.
O campeonato comportava duas voltas de todos contra todos, totalizando um total de catorze jogos. O Barreirense obteve 11 vitórias, só saindo derrotado em Coimbra, Vila Nova de Gaia e Porto.
Em Lisboa ganhou ao Benfica por 10 pontos, ao Sporting por 27 pontos, equipa onde já então pontificava um jogador chamado Carlos Lisboa e na Tapadinha, ao Atlético, por 4 pontos, onde jogava o Artur Leiria que mais tarde viria a ser nosso atleta sénior.
O jogo da Tapadinha com o Atlético, no final da primeira volta, foi o jogo chave por tudo o que se passou dentro e fora das quatro linhas. As coisas azedaram para os lados de Alcântara no momento em que o Barreirense ganhava por 23-12, ainda na primeira parte.
Após a provocação, emergiu um momento amargo e triste de pancadaria e a malta do Barreiro, presente em grande número, tratou de se defender.
O jogo esteve interrompido e foi pedido reforço policial, mas para grande espanto nosso, o reforço de polícia quando chegou, em vez de ir tomar conta dos prevaricadores de Alcântara, veio vigiar o pessoal do Barreiro, postando-se em frente à nossa bancada.
O que é certo é que, quando as coisas acalmaram, o Atlético já vencia por 26-23. Por outras palavras, enquanto a “batalha” durou, o Atlético marcou 14 pontos e o Barreirense nenhum ponto. Sintomático!
Entretanto o Barreirense foi aguentando o jogo com o base principal no banco e, quando este reentrou, deu a volta ao jogo nos últimos momentos da partida e vencemos com todo o mérito por 4 pontos, terminando a primeira volta com 7 jogos e sete vitórias.
Na última jornada, com o Atlético em casa, o Ginásio foi pequeno. Grande exibição e o Atlético foi cilindrado com 31 pontos de diferença e maior foi a festa no final, com a celebração de um título mesmo muito saboroso.
Desta equipa campeã faziam parte, entre outros que já não me lembro, os irmãos Freire, o Carlos e o Paulo, o Manuel Mota, o João Moura e o Jorge Ramos. Aos que o tempo apagou da minha memória, reitero o meu pedido de desculpas.
Dou assim por terminada esta bonita história Barreirense, descrita à minha maneira, e a qual vivi intensamente.
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José Guerreiro
Oiã
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(Texto publicado no JORNAL DO BARREIRO de 28 de Maio de 2010, coluna Recordar e Viver)
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