sábado, 29 de maio de 2010
"Roleta"
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Folheio o Jornal do Barreiro de ontem, 28 de Maio.
E dou conta, por uma vez mais, quão rápido é o fluir do tempo.
É verdade. O José Nogueira "Roleta" faleceu há um ano.
Tivesse sido outro o destino e tê-lo-iamos certamente muito empenhado, com tantos outros companheiros, na organização e na comemoração do Centenário do Barreirense.
Será certamente recordado por estes meses. Como outros.
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Paulo Calhau
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domingo, 23 de maio de 2010
Nós somos Campeões!
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Enquanto clube desportivo o FC Barreirense promove a prática de seis modalidades a largas centenas de jovens e adultos, mas não perde de vista o objectivo de ter equipas competitivas e vitoriosas.
Esta tarde, na Póvoa do Varzim, a equipa de Basquetebol de sub-20 sagrou-se campeã nacional, revalidou o título alcançado o ano passado, e alcançou o 32º título nacional – escalões de formação – para o clube alvi-rubro.
É um momento de júbilo e alegria para todos os Barreirenses.
Em nome da Comissão Executiva das Comemorações do Centenário do FC Barreirense endereço um grande abraço de felicitações a todos quantos tornaram possível mais este sucesso desportivo.
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É o primeiro título alcançado em ano de Centenário.
Outros títulos regionais e nacionais poderão suceder-se nos próximos meses.
Todos ficaremos radiantes se tal vier a acontecer.
Mas temos bem presente que as dificuldades estruturais e financeiras que o clube atravessa constituem um efectivo obstáculo à sua ambição competitiva.
Os nossos associados e adeptos têm, na sua generalidade, uma ideia precisa das dificuldades do presente e sabem que só uma forte unidade, uma sábia gestão e o apoio de diversas entidades – públicas e privadas – poderá inverter a actual realidade e catapultar o FC Barreirense para uma situação financeiramente mais estável e desportivamente mais arrojada.
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Na sessão de tomada de posse dos novos Corpos Sociais do FC Barreirense, e já na qualidade e Presidente da Mesa da Assembleia-Geral, afirmei:
“É fundamental prosseguir uma política de consolidação orçamental. Corajosa, determinada e consequente.
É prioritária a construção do Estádio da Verderena.
É necessário aumentar rapidamente a nossa massa de associados, identificando alvos prioritários e refiliando muitos dos que de nós se afastaram.
É imperioso mergulharmos com outra profundidade e outra energia na juventude barreirense e no tecido empresarial da cidade e do concelho.
É obrigatório prosseguir as comemorações do Centenário com dignidade, alegria e criatividade”.
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As vitórias desportivas, com a de hoje, não resolvem os nossos problemas estruturais, mas dão redobrado alento aos que lutam diariamente pelo seu clube, sofrem, sorriem e choram por ele.
Da Póvoa até ao Barreiro, a viagem será aparentemente mais curta que noutros momentos. E a chegada, ainda que invulgarmente tardia, repleta de alegria e de emoção.
Nos três dias da “Final a 4” – em que defrontámos o Desportivo da Póvoa, o FC Porto e o SL Benfica – correu-se e saltou-se muito.
Mas por cá, no nosso seio, na definição das grandes opções estratégicas e na gestão diária do FC Barreirense, os pés continuarão bem assentes no chão.
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Paulo Calhau
[Presidente da Comissão Executiva das Comemorações do Centenário do FC Barreirense]
Esta tarde, na Póvoa do Varzim, a equipa de Basquetebol de sub-20 sagrou-se campeã nacional, revalidou o título alcançado o ano passado, e alcançou o 32º título nacional – escalões de formação – para o clube alvi-rubro.
É um momento de júbilo e alegria para todos os Barreirenses.
Em nome da Comissão Executiva das Comemorações do Centenário do FC Barreirense endereço um grande abraço de felicitações a todos quantos tornaram possível mais este sucesso desportivo.
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É o primeiro título alcançado em ano de Centenário.
Outros títulos regionais e nacionais poderão suceder-se nos próximos meses.
Todos ficaremos radiantes se tal vier a acontecer.
Mas temos bem presente que as dificuldades estruturais e financeiras que o clube atravessa constituem um efectivo obstáculo à sua ambição competitiva.
Os nossos associados e adeptos têm, na sua generalidade, uma ideia precisa das dificuldades do presente e sabem que só uma forte unidade, uma sábia gestão e o apoio de diversas entidades – públicas e privadas – poderá inverter a actual realidade e catapultar o FC Barreirense para uma situação financeiramente mais estável e desportivamente mais arrojada.
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Na sessão de tomada de posse dos novos Corpos Sociais do FC Barreirense, e já na qualidade e Presidente da Mesa da Assembleia-Geral, afirmei:
“É fundamental prosseguir uma política de consolidação orçamental. Corajosa, determinada e consequente.
É prioritária a construção do Estádio da Verderena.
É necessário aumentar rapidamente a nossa massa de associados, identificando alvos prioritários e refiliando muitos dos que de nós se afastaram.
É imperioso mergulharmos com outra profundidade e outra energia na juventude barreirense e no tecido empresarial da cidade e do concelho.
É obrigatório prosseguir as comemorações do Centenário com dignidade, alegria e criatividade”.
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As vitórias desportivas, com a de hoje, não resolvem os nossos problemas estruturais, mas dão redobrado alento aos que lutam diariamente pelo seu clube, sofrem, sorriem e choram por ele.
Da Póvoa até ao Barreiro, a viagem será aparentemente mais curta que noutros momentos. E a chegada, ainda que invulgarmente tardia, repleta de alegria e de emoção.
Nos três dias da “Final a 4” – em que defrontámos o Desportivo da Póvoa, o FC Porto e o SL Benfica – correu-se e saltou-se muito.
Mas por cá, no nosso seio, na definição das grandes opções estratégicas e na gestão diária do FC Barreirense, os pés continuarão bem assentes no chão.
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Paulo Calhau
[Presidente da Comissão Executiva das Comemorações do Centenário do FC Barreirense]
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Texto publicado in ROSTOS, coluna TRIBUNA DO CENTENÁRIO
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Recordar e Viver (V)
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Uma história rocambolesca
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Estávamos na época de 1988/89 do Campeonato Nacional de Basquetebol e o Barreirense tinha uma jornada dupla com deslocações a Sangalhos, no Sábado, e a Oliveira de Azemeis, no Domingo.
Nessa altura, o Barreirense costumava alugar o autocarro para as suas deslocações a um comandante aposentado da marinha que tinha uma pequena empresa de camionagem, sediada na linha do Estoril e que fazia uns preços mais em conta, sendo ele próprio o motorista.
Após o segundo jogo dessa jornada com a Oliveirense, a equipa iniciou o regresso e quando estava a cerca de 20 quilómetros de Condeixa, o autocarro “teve um AVC”, o que provocou a avaria no alternador e foi encostado para a berma. O dito comandante disse para o dirigente José Ramalho que ali é que não ficava, pois ia buscar um outro carro a Lisboa e, se assim o disse, melhor o fez. Pôs-se na estrada e apanhou uma boleia de um camião de transporte de móveis de Paço de Arcos.
Entretanto, e com o passar do tempo, os jogadores começaram a ficar impacientes e, José Ramalho já saturado das queixas, entra para o autocarro, mete as chaves na ignição e, para seu espanto, o carro pegou. Sem pensar duas vezes, meteu-se à estrada, mesmo sem carta de pesados. Uns quilómetros mais à frente, acaba até por ultrapassar o camião dos móveis, onde seguia o proprietário do autocarro, imaginando-se a sua reacção quando viu o seu carro passar, julgando que o mesmo tinha ficado parado na estrada!
A caminhada para Lisboa continuava, onde tinham que levar um jogador, tendo mesmo passado por algumas brigadas de trânsito. Prestes a chegar à capital, o carro ficou sem luzes e sem pisca-pisca. Seguia apenas com mínimos.
Após todas estas peripécias, conseguiram chegar ao Barreiro, onde o autocarro foi deixado junto ao posto de correios e do Ginásio do Barreirense, tendo aí ficado durante quatro dias. Foi de facto uma bela aventura. Escusado será dizer que carros do comandante nunca mais fizeram viagens com o Barreirense.
Resta, por curiosidade, dizer que o treinador era o Manuel Cerqueira e da equipa, entre outros, faziam parte a dupla de brasileiros Jorge Luís e Sílvio Cruz, Nuno Silva, Orlando Henriques e Jorge Ramalho.
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José Seixo/José Ramalho
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Estávamos na época de 1988/89 do Campeonato Nacional de Basquetebol e o Barreirense tinha uma jornada dupla com deslocações a Sangalhos, no Sábado, e a Oliveira de Azemeis, no Domingo.
Nessa altura, o Barreirense costumava alugar o autocarro para as suas deslocações a um comandante aposentado da marinha que tinha uma pequena empresa de camionagem, sediada na linha do Estoril e que fazia uns preços mais em conta, sendo ele próprio o motorista.
Após o segundo jogo dessa jornada com a Oliveirense, a equipa iniciou o regresso e quando estava a cerca de 20 quilómetros de Condeixa, o autocarro “teve um AVC”, o que provocou a avaria no alternador e foi encostado para a berma. O dito comandante disse para o dirigente José Ramalho que ali é que não ficava, pois ia buscar um outro carro a Lisboa e, se assim o disse, melhor o fez. Pôs-se na estrada e apanhou uma boleia de um camião de transporte de móveis de Paço de Arcos.
Entretanto, e com o passar do tempo, os jogadores começaram a ficar impacientes e, José Ramalho já saturado das queixas, entra para o autocarro, mete as chaves na ignição e, para seu espanto, o carro pegou. Sem pensar duas vezes, meteu-se à estrada, mesmo sem carta de pesados. Uns quilómetros mais à frente, acaba até por ultrapassar o camião dos móveis, onde seguia o proprietário do autocarro, imaginando-se a sua reacção quando viu o seu carro passar, julgando que o mesmo tinha ficado parado na estrada!
A caminhada para Lisboa continuava, onde tinham que levar um jogador, tendo mesmo passado por algumas brigadas de trânsito. Prestes a chegar à capital, o carro ficou sem luzes e sem pisca-pisca. Seguia apenas com mínimos.
Após todas estas peripécias, conseguiram chegar ao Barreiro, onde o autocarro foi deixado junto ao posto de correios e do Ginásio do Barreirense, tendo aí ficado durante quatro dias. Foi de facto uma bela aventura. Escusado será dizer que carros do comandante nunca mais fizeram viagens com o Barreirense.
Resta, por curiosidade, dizer que o treinador era o Manuel Cerqueira e da equipa, entre outros, faziam parte a dupla de brasileiros Jorge Luís e Sílvio Cruz, Nuno Silva, Orlando Henriques e Jorge Ramalho.
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José Seixo/José Ramalho
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(Texto publicado no JORNAL DO BARREIRO de 21 de Maio de 2010, coluna Recordar e Viver)
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quinta-feira, 20 de maio de 2010
Férias com Futebol
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1ª Edição do Campo de Férias da Academia de Futebol Infantil do F.C. Barreirense
A Academia de Futebol do F.C. Barreirense realiza nas semanas de 5-9 de Julho (1º grupo) e 12-16 de Julho (2º grupo) um Campo de Férias para crianças (M/F) entre os 6 e 13 anos, actividade licenciada pelo Instituto Português da Juventude.
O Campo de Férias terá como actividade central o futebol, estando também previsto a realização de outras actividades: visita guiada à Mata Nacional da Machada, ida à praia, actividades lúdico-recreativas no Parque da Cidade, basquetebol, etc.
As actividades do Campo de Férias decorrerão entre as 9h e as 17h, no entanto, as crianças serão recebidas nas instalações da Academia a partir das 8h e poderão permanecer até às 18h na companhia dos monitores. A equipa de monitores será coordenada por Bruno Correia e Ricardo Bolinhas.
As inscrições encontram-se abertas. Se realizar a inscrição durante o mês de Maio beneficiará de um desconto de €10. A inscrição poderá ser feita para uma ou para duas semanas.
Preços por semana:
- €120 (com almoço incluído)
- €100 (sem almoço)
O preço já inclui o seguro individual, previsto por lei, para estas actividades.
Para mais informações dirija-se à Academia de Futebol do F.C. Barreirense, consulte o blogue www.campodeferiasfcbarreirense.blogspot.com ou envie um e-mail para campodeferiasfcbarreirense@gmail.com
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A Academia de Futebol do F.C. Barreirense realiza nas semanas de 5-9 de Julho (1º grupo) e 12-16 de Julho (2º grupo) um Campo de Férias para crianças (M/F) entre os 6 e 13 anos, actividade licenciada pelo Instituto Português da Juventude.
O Campo de Férias terá como actividade central o futebol, estando também previsto a realização de outras actividades: visita guiada à Mata Nacional da Machada, ida à praia, actividades lúdico-recreativas no Parque da Cidade, basquetebol, etc.
As actividades do Campo de Férias decorrerão entre as 9h e as 17h, no entanto, as crianças serão recebidas nas instalações da Academia a partir das 8h e poderão permanecer até às 18h na companhia dos monitores. A equipa de monitores será coordenada por Bruno Correia e Ricardo Bolinhas.
As inscrições encontram-se abertas. Se realizar a inscrição durante o mês de Maio beneficiará de um desconto de €10. A inscrição poderá ser feita para uma ou para duas semanas.
Preços por semana:
- €120 (com almoço incluído)
- €100 (sem almoço)
O preço já inclui o seguro individual, previsto por lei, para estas actividades.
Para mais informações dirija-se à Academia de Futebol do F.C. Barreirense, consulte o blogue www.campodeferiasfcbarreirense.blogspot.com ou envie um e-mail para campodeferiasfcbarreirense@gmail.com
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sábado, 15 de maio de 2010
Recordar e Viver (IV)
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De baliza a baliza
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O Centenário do Futebol Clube Barreirense tem reavivado na minha memória histórias deliciosas (pelo menos para mim), que tenho aproveitado para contar, não tanto aos da minha idade (sabendo no entanto como é gostoso relembrar) mas em especial aos mais novos.
Vem isto a propósito de uma jornada muito bem sucedida a que não assisti e que se passou no dia 4 de Janeiro de 1970, simplesmente porque estava a fazer uma viagem militar que me levou de Elvas ao Porto. O meu acompanhante no comboio, era um amigo de Setúbal, Daniel Avenida da Silva que, ia-me dando informações dos jogos, pois estava a ouvir a rádio. Estávamos na segunda volta e o jogo era contra a Académica (na primeira volta o Barreirense, que nesse ano conquistou o quarto lugar, tinha tina vencido em Coimbra por 3-1).
Nesse jogo o Barreirense fez o 1-0. Depois a Académica empatou e mais tarde disse-me ele assim: olha, foi golo do Bento. Eu reagi, lamentando a pouca sorte pelo auto-golo e então ele disse: não, foi o Bento que marcou o segundo golo do Barreirense, mas na baliza da Académica. Está aqui explicada a razão desta crónica. O Barreirense viria ainda a marcar mais dois golos e venceu o jogo por 4-1.
Ficou célebre aquele golo do Bento marcado à Académica de baliza a baliza. Falta relatar a parte negra desta história. O defesa direito da Académica, Artur, partiu a perna ao nosso extremo-esquerdo Rogério que, mais tarde, por ironia do destino, se transferiria para a Académica. Recordar alguns jogadores dessa equipa que alcançou para o Barreirense a melhor classificação de sempre será também um exercício salutar. Na baliza, Bento, na defesa, Murraças, Bandeira, Almeida e Patrício. No meio campo, João Carlos, José João e Luís Mira. No ataque, José Carlos, Serafim e Rogério. Havia, é certo, mais jogadores como Xico Candeias, Azevedo, Faneca, Farias e Bolota. Se algum ou outro nome me falhar, peço desculpa mas socorri-me duma bela foto da época que guardo religiosamente e que ficará comigo para sempre.
Fica assim contada uma bonita passagem das muitas que o Barreirense teve na primeira divisão onde chegou a ser um clube de top, imediatamente a seguir aos grandes, em especial no tempo em que o Barreiro era um alfobre de jogadores.
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José Guerreiro
Oiã
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(Texto publicado no JORNAL DO BARREIRO de 14 de Maio de 2010, coluna Recordar e Viver)
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sábado, 8 de maio de 2010
Recordar e Viver (III)
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Uma jornada gloriosa
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No início da década de 90, a jovem equipa do Barreirense, treinada pelo prof. Carlos Barroca, e da qual faziam parte os norte-americanos Mike Yoest e Chris Harrison, estava a discutir a permanência na I Divisão com a equipa nortenha do Guifões, à melhor de cinco jogos. O Barreirense tinha ganho os dois primeiros jogos no Ginásio e tinha de ir disputar os terceiro e quarto (se necessário) jogos a Guifões, junto a Matosinhos.
A equipa foi numa sexta-feira para o centro do país, tendo ficado alojada na Curia, onde chegámos já perto da uma da manhã. Após toda a comitiva ter concluído o check-in no Aparthotel, os jogadores foram falar com o seccionista da equipa para ver qual seria a possibilidade de poderem tomar o pequeno almoço nos quartos, dado o adiantado da hora a que se iriam deitar e na perspectiva de descansarem mais um pouco. Consultado o Dr. Valério Rosa, médico da equipa, este opôs-se a tal pretensão e disse que queria toda a equipa a tomar o pequeno almoço às oito horas da manhã. Questionado sobre esta sua decisão, explicou que o facto de os jogadores se levantarem cedo, evitava uma possível lassidão que resultaria do facto de ficarem deitados mais tempo. Depois da primeira refeição do dia, toda a gente foi dar um passeio pela Curia.
Quando nessa manhã nos preparávamos para a viagem para Guifões, o Nuno Murteira, nosso jogador, disse que não seria necessário fazermos a reserva de Sábado para Domingo porque tinha a convicção de que iríamos ganhar o terceiro jogo, o que viria a suceder.
Quando chegámos ao destino, os dirigentes do Guifões vieram receber a nossa comitiva disseram que faziam questão de que os acompanhantes do Barreirense, que como era normal na altura se deslocavam sempre com a equipa, não pagassem ingresso. O ambiente durante o jogo foi incrível, com os adeptos do Guifões, naturalmente em muito maior número, a puxarem pela sua equipa.
Foi uma partida intensa mas o Barreirense através de uma grande determinação e de um extraordinário jogo de Mike Yoest, acabou por alcançar uma grande e difícil vitória, garantindo assim a permanência na I Divisão e confirmando-se a “profecia” do Nuno Murteira.
.José Seixo/Nuno Murteira
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(Texto publicado no JORNAL DO BARREIRO de 7 de Maio de 2010, coluna Recordar e Viver)
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quarta-feira, 5 de maio de 2010
Um Direito e um Dever
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Em ano de Centenário é fundamental que o Futebol Clube Barreirense readquira a desejável estabilidade directiva que sustentará a imensão de reformas, tarefas e projectos que urge implementar.
Por isso o próximo acto eleitoral de 7 de Maio, que culminará a Assembleia Geral Ordinária de 30 de Abril, assume particular relevância e deverá ser participado por um vasto número de Barreirenses.
Consciente desse facto, a Comissão Executiva das Comemorações do Centenário junta-se ao apelo manifestado pelo Dr. António Sardinha - Presidente da Mesa da Assembleia Geral - no sentido de mobilizar o maior número de associados Barreirenses..
Dia 9, pelas 20:30, compareça no Ginásio-Sede e exerça o seu direito. Vote para os novos Corpos Sociais do Futebol Clube Barreirense.
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Assembleia Geral
Presidente - José Paulo Alves Pinheiro Calhau
Vice-Presidente - José Manuel Nunes Martins de Sousa
1º Secretário - Maria João Cristino de Figueiredo Dias
2º Secretário - Frederico Alexandre Aljustrel da Costa Rosa
.Direcção
Presidente - António Manuel Ângelo Martins
Vice-Presidente - António Jorge Amorim Libório
Vogal - Paulo Manuel de Almeida Pedroso Silvestre
Vogal - José Luis Muñoz Soares
Vogal - José Maria Grilo Carrilho
Vogal - Mário Joaquim Madeira Roldão
Vogal - António Francisco Sardinha Canelhas
Vogal - Vasco Miguel Matos Ramos
Vogal - Pedro Miguel Estevam Pina
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Conselho Fiscal
Presidente - José Paulo Marques Rodrigues
Vice-Presidente - Maria do Rosário Gabriel Estevam Pina
Vogal - Rodolfo Alexandre Aljustrel da Costa Rosa
Vogal - Vítor Manuel da Silva Freitas
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Conselho Geral
Álvaro Monteiro
Álvaro Rosa
Antero Santos
António Bravo
António Manuel Ribeiro
António Sardinha
António Coimbra
Berta Costa Mano
Bruno Vitorino
Carlos Pires
Eduardo Cabrita
Francisco Cabrita
Francisco Pina
Hélder Madeira
João Pereira Fernandes
João Pimentel
Joaquim Sousa Marques
Jorge Bruno
José Almeida Fernandes
José Alves Pereira
José Francisco Fernandes
José Manuel Seixo
Júlio Freire
Luís Pinto
Manuel António Lourenço
Manuel Fernandes
Manuela Fonseca
Paulo Santiago
Pedro Canário
Rogério Ponte
Sara Seruca
Victor Caneira
Victor Castro Nunes
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Recordar e Viver (II)
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A última vitória
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No dia 26 de Março de 1972, Campo D. Manuel de Melo, completamente esgotado. Dia do Clube e o jogo não era para menos. Recebíamos o ainda invicto Benfica, nas suas épocas ainda de ouro, com uma equipa fortíssima e um apoio enorme que deixou o nosso campo a rebentar pelas costuras, enchentes que hoje já não existem praticamente.
Na jornada anterior, 19 de Março, tínhamos ido ganhar a Santo Tirso por 1-0, com um golo do incontornável Serafim.
O guarda-redes era o Manuel Bento, esse pequeno ribatejano que despontou para os grandes palcos no clube da nossa terra.
Na primeira parte, um lançamento de Câmpora deu origem a uma cavalgada de meio campo de Serafim, direito à baliza de Zé Gato e com o Humberto Coelho e o Messias a darem-lhe pancada que ele suportou e, à entrada da área, perguntou ao guarda-redes benfiquista para que lado é que ele a queria e fez o 1-0.
A partir daí e até final foi um sufoco e um sofrimento inesquecíveis e a defesa do Barreirense onde pontificavam entre outros, o Bandeira, o Patrício, aguentou-se estoicamente até final. O golo aconteceu na baliza do lado do jardim (topo norte) onde o Artur Jorge (o homem do pontapé de moinho), chegou a atirar à barra na segunda parte e, no final, quando a mais que indecente arbitragem dava minutos na expectativa de ajudar o Benfica a empatar, Serafim isolou-se e perdeu por uma unha negra, o dois a zero, na baliza do topo sul.
Quando o apito final se fez ouvir, eu e o meu pai, caímos nos braços um do outro e chorámos emocionados, tal era a satisfação de ver o nosso querido e modesto Barreirense ganhar a um clube de topo.
Esta é uma história simples mas que tive a ventura de viver. E tem tanto valor, na medida em que é muito difícil ganhar um jogo a uma equipa das grandes. Depois dessa época o Barreirense, poucas mais épocas fez na primeira divisão. Salvo erro mais quatro. Mas ganhar ao Benfica em jogos oficiais em seniores, nunca mais ganhou. Por isso merece realce e daí este título encontrado para a minha história. Decerto há ainda no Barreiro, muita gente que assistiu a esse jogo e espero que estas minhas modestas linhas os façam sorrir com alguma alegria misturada com alguma saudade e nostalgia. Outros tempos…
José Guerreiro
Oiã
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(Texto publicado no JORNAL DO BARREIRO de 30 de Abril de 2010, coluna Recordar e Viver)
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Recordar e Viver
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Em 11 de Abril do próximo ano, o Barreirense completará 100 anos de existência, existência esta rica de história e simbolismo e durante a qual se viveram momentos bons e outros menos bons, mas sempre imbuídos de um grande amor clubista, como de resto é apanágio dos associados do Barreirense e os quais vivem sempre intensamente e com grande paixão tudo o diz respeito ao seu clube de coração.
De parceria com o Jornal do Barreiro, que de imediato anuiu a esta nossa pretensão, vamos iniciar a publicação regular de textos relembrando acontecimentos vividos ao longo destes anos e os quais contribuíram para a história do clube e da própria comunidade onde está inserido, tendo sido sempre um exemplo de associativismo e humanismo. Neste sentido, apelamos a todos os associados e simpatizantes do Barreirense a colaborar e participar, enviando-nos alguns textos relacionados com duas vertentes: uma referente ao tema “Ser Barreirense” (importância do clube, na sua componente individual e ou colectiva, papel do clube no desporto, no associativismo, na cidade, etc.) e a outra subordinada ao tema “Coisas que eu vivi” (relato de episódios que tenham vivido ou tido conhecimento). Os textos devem ser dirigidos para o e-mail jsseixo@gmail.com ou entregues na secretaria do clube ao cuidado de Paulo Calhau ou José Seixo.
Lembramos que no passado dia 9 de Abril decorreu, com grande brilhantismo e fervor clubista, a Sessão Solene da passagem do 99º. aniversário do clube, num Ginásio repleto de gente, e que marcou o início das comemorações do Centenário. Foi uma festa bonita e na qual a Banda do Barreiro proporcionou uma grande surpresa ao tocar o Hino do Barreirense.
Vamos pois todos contribuir para ajudar o Barreirense a ser cada vez maior. Precisamos de mais gente que se torne associada ou daqueles que, por este ou aquele motivo, deixaram de o ser, voltem a ter uma participação activa no engrandecimento do Barreirense, a para que a Festa do Centenário possa constituir um acontecimento único na história dos clubes do nosso país. Todos não seremos de mais.
José Seixo
De parceria com o Jornal do Barreiro, que de imediato anuiu a esta nossa pretensão, vamos iniciar a publicação regular de textos relembrando acontecimentos vividos ao longo destes anos e os quais contribuíram para a história do clube e da própria comunidade onde está inserido, tendo sido sempre um exemplo de associativismo e humanismo. Neste sentido, apelamos a todos os associados e simpatizantes do Barreirense a colaborar e participar, enviando-nos alguns textos relacionados com duas vertentes: uma referente ao tema “Ser Barreirense” (importância do clube, na sua componente individual e ou colectiva, papel do clube no desporto, no associativismo, na cidade, etc.) e a outra subordinada ao tema “Coisas que eu vivi” (relato de episódios que tenham vivido ou tido conhecimento). Os textos devem ser dirigidos para o e-mail jsseixo@gmail.com ou entregues na secretaria do clube ao cuidado de Paulo Calhau ou José Seixo.
Lembramos que no passado dia 9 de Abril decorreu, com grande brilhantismo e fervor clubista, a Sessão Solene da passagem do 99º. aniversário do clube, num Ginásio repleto de gente, e que marcou o início das comemorações do Centenário. Foi uma festa bonita e na qual a Banda do Barreiro proporcionou uma grande surpresa ao tocar o Hino do Barreirense.
Vamos pois todos contribuir para ajudar o Barreirense a ser cada vez maior. Precisamos de mais gente que se torne associada ou daqueles que, por este ou aquele motivo, deixaram de o ser, voltem a ter uma participação activa no engrandecimento do Barreirense, a para que a Festa do Centenário possa constituir um acontecimento único na história dos clubes do nosso país. Todos não seremos de mais.
José Seixo
(Coordenador da coluna RECORDAR E VIVER, a publicar semanalmente no JORNAL DO BARREIRO)
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sábado, 1 de maio de 2010
Uma aposta na Formação
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O Futebol Clube Barreirense em breve iniciará o seu ano de Centenário, um ano que obrigatoriamente será também o princípio da recuperação da grave crise que atormenta o seu futebol desde a venda do Campo D. Manuel de Mello.
Sobre este assunto, há dias também tive a oportunidade de ler no "Notícias do Barreiro" uma excelente entrevista do senhor Presidente da Comissão Administrativa do Barreirense, em que, entre várias análises sobre a vida actual do clube, dizia que ao futebol só lhe restava recorrer à formação.
Sinceramente acho muito bem que assim seja, aliás durante imenso tempo o Barreiro foi o grande fornecedor de excelentes jogadores para o futebol nacional, mas atenção que os tempos hoje são outros e a actual formação poderá ser insuficiente para resolver os problemas da equipa.
Aliás, esta situação no futebol do Barreirense faz-me recordar as vezes em que fui chamado para treinador da sua equipa, quase sempre para resolver problemas difíceis e da última vez (1985/86) a crise era bem visível, com uma possível descida à 3ª. Divisão Nacional. Nesse ano o problema resolveu-se praticamente com jogadores da formação do Clube, jovens de grande futuro com destaque para Jorge Ferreira, David Nascimento, Gil, Tó Manel, Sérgio Dias e outros, mas atenção que, nesse tempo existiam recintos para trabalhar, tornando forte essa formação.
Claro que, a formação realmente existe, até aumentou consideravelmente em número de praticantes, mas a qualidade do ensino perdeu-se um pouco e para além disso perderam-se também os espaços para treinar.
O jogador de futebol, quer queiram quer não, faz-se jogando, é a jogar que ele aprende e durante essa fase para evoluir necessita de apoio e esse apoio deverá ser transmitido por quem sabe de futebol, alguém que o tenha praticado, sem regras e métodos de treino que lhe retirem a capacidade imaginativa e criativa da sua idade.
Antigamente havia espaços para jogar e a primeira fase do futebol fazia-se na rua jogando durante horas seguidas, correndo com ou sem bola, procurando defender e atacar segundo a imaginação de cada praticante, sem interferências negativas, criando cada um uma forma de jogar, em harmonia com a sua habilidade e assim se desenvolvia a sua personalidade, sem interferências danosas.
Hoje a escola existe mas organizada num sentido mais comercial, só entra nela quem pode pagar a mensalidade que a escola exige, e a grande maioria das crianças não tem dinheiro para pagar essa mensalidade, perdendo-se talvez por isso os melhores futebolistas.
Todos sabemos que os jovens de hoje não são mais os jovens de outros tempos, são mais desenvolvidos, têm novas motivações e aspirações, mas isso não impede que se aproxime à escola de hoje o futebol de rua que se praticava ontem, basta que se aumente o número de horas de jogo no treino de iniciação e pré-preparação, acabando com esses joguinhos e brincadeiras sem bola que nessas idades a nada conduzem os praticantes.
Parece-nos portanto ser necessário recuperar os locais próprios para fazer formação e esse será o grande trabalho do actual Futebol Clube Barreirense.
Os mini-recintos são óptimos para um trabalho até aos 12 anos, mas depois dessa idade torna-se necessário trabalhar em recintos normais para que o jovem tome conhecimento dos princípios fundamentais do jogo.
O Futebol Clube Barreirense, em minha opinião, está a pagar bem caro o erro cometido por aqueles que venderam o Campo D. Manuel de Mello sem que primeiro tivessem um campo para o substituir.
Com trabalho e boa vontade estou convencido que o futebol do Barreirense voltará à normalidade, muito embora isso lhe vá custar algum tempo, tal como está a acontecer a outros clubes portugueses que durante anos militaram nas principais divisões do futebol português.
É caso para dizer, para a frente Barreirense, estás no bom caminho...
Manuel de Oliveira
Treinador de Futebol
Sobre este assunto, há dias também tive a oportunidade de ler no "Notícias do Barreiro" uma excelente entrevista do senhor Presidente da Comissão Administrativa do Barreirense, em que, entre várias análises sobre a vida actual do clube, dizia que ao futebol só lhe restava recorrer à formação.
Sinceramente acho muito bem que assim seja, aliás durante imenso tempo o Barreiro foi o grande fornecedor de excelentes jogadores para o futebol nacional, mas atenção que os tempos hoje são outros e a actual formação poderá ser insuficiente para resolver os problemas da equipa.
Aliás, esta situação no futebol do Barreirense faz-me recordar as vezes em que fui chamado para treinador da sua equipa, quase sempre para resolver problemas difíceis e da última vez (1985/86) a crise era bem visível, com uma possível descida à 3ª. Divisão Nacional. Nesse ano o problema resolveu-se praticamente com jogadores da formação do Clube, jovens de grande futuro com destaque para Jorge Ferreira, David Nascimento, Gil, Tó Manel, Sérgio Dias e outros, mas atenção que, nesse tempo existiam recintos para trabalhar, tornando forte essa formação.
Claro que, a formação realmente existe, até aumentou consideravelmente em número de praticantes, mas a qualidade do ensino perdeu-se um pouco e para além disso perderam-se também os espaços para treinar.
O jogador de futebol, quer queiram quer não, faz-se jogando, é a jogar que ele aprende e durante essa fase para evoluir necessita de apoio e esse apoio deverá ser transmitido por quem sabe de futebol, alguém que o tenha praticado, sem regras e métodos de treino que lhe retirem a capacidade imaginativa e criativa da sua idade.
Antigamente havia espaços para jogar e a primeira fase do futebol fazia-se na rua jogando durante horas seguidas, correndo com ou sem bola, procurando defender e atacar segundo a imaginação de cada praticante, sem interferências negativas, criando cada um uma forma de jogar, em harmonia com a sua habilidade e assim se desenvolvia a sua personalidade, sem interferências danosas.
Hoje a escola existe mas organizada num sentido mais comercial, só entra nela quem pode pagar a mensalidade que a escola exige, e a grande maioria das crianças não tem dinheiro para pagar essa mensalidade, perdendo-se talvez por isso os melhores futebolistas.
Todos sabemos que os jovens de hoje não são mais os jovens de outros tempos, são mais desenvolvidos, têm novas motivações e aspirações, mas isso não impede que se aproxime à escola de hoje o futebol de rua que se praticava ontem, basta que se aumente o número de horas de jogo no treino de iniciação e pré-preparação, acabando com esses joguinhos e brincadeiras sem bola que nessas idades a nada conduzem os praticantes.
Parece-nos portanto ser necessário recuperar os locais próprios para fazer formação e esse será o grande trabalho do actual Futebol Clube Barreirense.
Os mini-recintos são óptimos para um trabalho até aos 12 anos, mas depois dessa idade torna-se necessário trabalhar em recintos normais para que o jovem tome conhecimento dos princípios fundamentais do jogo.
O Futebol Clube Barreirense, em minha opinião, está a pagar bem caro o erro cometido por aqueles que venderam o Campo D. Manuel de Mello sem que primeiro tivessem um campo para o substituir.
Com trabalho e boa vontade estou convencido que o futebol do Barreirense voltará à normalidade, muito embora isso lhe vá custar algum tempo, tal como está a acontecer a outros clubes portugueses que durante anos militaram nas principais divisões do futebol português.
É caso para dizer, para a frente Barreirense, estás no bom caminho...
Manuel de Oliveira
Treinador de Futebol
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[Texto inserido no Jornal O BARREIRENSE - edição comemorativa do 99º aniversário]
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