quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Recordar e Viver (XXII)


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Se os tacos jogassem…
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Se dúvidas eu tivesse, o Barreirense é a prova de que o desporto é uma actividade do Homem para o Homem. Não tenho qualquer hesitação em afirmar que são de facto as pessoas que fazem frutificar toda a actividade, independentemente dos recursos financeiros ou infra-estruturais nem sempre serem os melhores. Ao longo dos anos, habituei-me a assistir aos “pequenos milagres” que quotidianamente se fazem no clube para o manter de pé, ao nível das tradições ancestrais e das responsabilidades arcadas, toda uma secção que movimenta em torno dela mais de quinhentas pessoas que interagem para que nada falte aos jogadores, e mantêm a modalidade no top do Basquetebol Nacional. É de facto um prazer sair da nossa cidade e sentir que nos outros concelhos deste país se fala do Basquetebol do Barreiro com respeito e admiração. Penso que é um estatuto ganho com o trabalho e a dedicação, para além do amor em torno de uma causa comum: o Basquetebol Barreirense.
É com preocupação que ouço responsáveis dos mais diferentes níveis de decisão falar de infra-estruturas como forma de desenvolver a actividade desportiva. É um facto que os tacos do Ginásio sabem mais de basquetebol que qualquer um de nós, mas nunca jogaram. Foram sempre os jogadores.
Claro que são necessárias instalações com qualidade. Se não fosse o pavilhão Luís de Carvalho, não podíamos militar na Liga e proporcionar a todos os amantes da modalidade poderem assistir, ao vivo, ao melhor basquetebol que se pratica em Portugal. É também qualidade de vida proporcionar estes espectáculos desportivos.
Felizmente que não tem sido obsessão local a “infra-estrutura a todo o custo”. Temos tido gente equilibrada nos centros de decisão com uma perspectiva humanista desta questão.
Aos nossos parceiros públicos e privados, o nosso “bem hajam” e não dêem por mal empregue os investimentos realizados porque o retorno é bom. É muito importante a função social que o clube tem desempenhado, enquadrando e orientando os jovens desta terra para caminhos mais correctos.
O Barreirense está pronto para novos desafios e novos horizontes. Brevemente, tenho fé, conseguirá alargar a sua influência noutras zonas, auxiliando outros que se queiram lançar na modalidade.
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José Salgueiro
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[texto publicado no JORNAL DO BARREIRO na série RECORDAR E VIVER, alusiva ao Centenário do Futebol Clube Barreirense]
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