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A grande obra
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É de capital importância e de grande influência na vida de uma colectividade uma sede com boas condições. Aqui residiu a grande luta dos dirigentes do Barreirense durante uma boa porção de anos.
Começando por se instalar no número 139 da Rua Conselheiro Serra e Moura, o Barreirense passaria depois por variados locais. Em 1932, quando o clube tinha a sua sede na Rua Aguiar, no número 150, foi feita a primeira tentativa oficial para a construção de uma sede própria. A Comissão para a construção deste objectivo era formada por Manuel da Silva Figueira, Raimundo José Maria, Artur Leal de Oliveira, Fernando Leonel Vasconcelos e José Maria Cardoso.
Em 1941, a Câmara Municipal do Barreiro punha em hasta pública um terreno situado junto ao parque da vila, com 1.512 m2, tendo-o adquirido por cinco escudos e dez centavos o m2, por arrematação efectuada por Albino José Macedo.
Em 1946 é eleita uma Comissão de Honra a que preside António Balseiro Fragata e da qual faziam ainda parte D. Lucete Lança Pereira, Luís Raimundo dos Santos, José Luís Pinto, Jacinto Belchior, António Pinto Silva, Hernâni dos Anjos Fernando, Raúl do Carmo Sequeira, Edgar da Costa Nunes, José dos Santos, José Domingos, João Batista dos Santos, Jesuíno de Sousa Matoso e João Pereira Gonçalves.
Manuel Nunes Machado foi o autor do projecto do edifício e no qual trabalhou arduamente durante dez meses sem cobrar qualquer verba ao clube. O assentamento da primeira pedra foi feito a 8 de Junho de 1947 e a obra estava avaliada inicialmente em 2.400 contos.
Coadjuvando a Comissão, e para além do citado autor do projecto, faziam parte os técnicos Luís Raimundo dos Santos, construtor civil e vice-presidente da Comissão, João da Luz, técnico da instalação de águas e aquecimento, eng. Luís Alberto Figueiredo do Vale, autor dos cálculos do cimento armado, eng. Leonardo de Carvalho, autor do projecto das asnas que cobrem o ginásio e Luís Carvalho da Costa e Jorge Feio, encarregados do projecto da montagem eléctrica. Também o arquitecto Fernando da Costa Belém teve acção valiosa na fase de acabamentos.
Passaram-se depois vários anos de trabalho constante e dedicação absoluta para a feitura da obra e para se arranjar dinheiro das mais variadas formas. O Barreirense recebeu comparticipações do Ministério das Obras Públicas (550 contos), do Ministério da Educação (80 contos), da Câmara Municipal do Barreiro (30 contos), do Governo Civil de Setúbal (15 contos), a ajuda da Companhia União Fabril através da oferta de toda a madeira exótica, além da autorização para que fossem executados vários trabalhos nas suas instalações fora das horas normais de trabalho.
A 14 de Maio de 1956, terminaria a existência da Grande Comissão para a 20 do mesmo mês se proceder à inauguração do belo edifício. De Lisboa vieram várias entidades, cujas delegações seriam precedidas do mais extenso cortejo de automóveis, motos, scooters e bicicletas a motor e a pedal que foi constituído em Coina e que até hoje atravessou o Barreiro.
Ficaram famosos os “comboios de pedra”, com camionetas sempre cedidas gratuitamente, bem como as Campanhas dos Mosaicos, das Telhas, dos Azulejos Decorativos com motivos desportivos (inéditos em Portugal e feitos exclusivamente para o Barreirense), a Feira das Chapas Lusalite e outras tantas realizações.
A inauguração terminou com uma grande Sessão Solene, na qual António Balseiro Fragata, cujo busto, oferecido pela autarquia, permanece no Salão Nobre do clube, agradeceu aos que tornaram possível a realização do grande empreendimento, entregando, por fim, as chaves do edifício ao presidente da Direcção, Armando da Silva Pais.
Estava assim concluída a Grande Obra, na altura avaliada em 4.000 contos, na qual se havia gasto, porém, 2.100 contos. A outra parte representava o valor do trabalho hercúleo dos braços generosos e dos materiais ofertados.
É de capital importância e de grande influência na vida de uma colectividade uma sede com boas condições. Aqui residiu a grande luta dos dirigentes do Barreirense durante uma boa porção de anos.
Começando por se instalar no número 139 da Rua Conselheiro Serra e Moura, o Barreirense passaria depois por variados locais. Em 1932, quando o clube tinha a sua sede na Rua Aguiar, no número 150, foi feita a primeira tentativa oficial para a construção de uma sede própria. A Comissão para a construção deste objectivo era formada por Manuel da Silva Figueira, Raimundo José Maria, Artur Leal de Oliveira, Fernando Leonel Vasconcelos e José Maria Cardoso.
Em 1941, a Câmara Municipal do Barreiro punha em hasta pública um terreno situado junto ao parque da vila, com 1.512 m2, tendo-o adquirido por cinco escudos e dez centavos o m2, por arrematação efectuada por Albino José Macedo.
Em 1946 é eleita uma Comissão de Honra a que preside António Balseiro Fragata e da qual faziam ainda parte D. Lucete Lança Pereira, Luís Raimundo dos Santos, José Luís Pinto, Jacinto Belchior, António Pinto Silva, Hernâni dos Anjos Fernando, Raúl do Carmo Sequeira, Edgar da Costa Nunes, José dos Santos, José Domingos, João Batista dos Santos, Jesuíno de Sousa Matoso e João Pereira Gonçalves.
Manuel Nunes Machado foi o autor do projecto do edifício e no qual trabalhou arduamente durante dez meses sem cobrar qualquer verba ao clube. O assentamento da primeira pedra foi feito a 8 de Junho de 1947 e a obra estava avaliada inicialmente em 2.400 contos.
Coadjuvando a Comissão, e para além do citado autor do projecto, faziam parte os técnicos Luís Raimundo dos Santos, construtor civil e vice-presidente da Comissão, João da Luz, técnico da instalação de águas e aquecimento, eng. Luís Alberto Figueiredo do Vale, autor dos cálculos do cimento armado, eng. Leonardo de Carvalho, autor do projecto das asnas que cobrem o ginásio e Luís Carvalho da Costa e Jorge Feio, encarregados do projecto da montagem eléctrica. Também o arquitecto Fernando da Costa Belém teve acção valiosa na fase de acabamentos.
Passaram-se depois vários anos de trabalho constante e dedicação absoluta para a feitura da obra e para se arranjar dinheiro das mais variadas formas. O Barreirense recebeu comparticipações do Ministério das Obras Públicas (550 contos), do Ministério da Educação (80 contos), da Câmara Municipal do Barreiro (30 contos), do Governo Civil de Setúbal (15 contos), a ajuda da Companhia União Fabril através da oferta de toda a madeira exótica, além da autorização para que fossem executados vários trabalhos nas suas instalações fora das horas normais de trabalho.
A 14 de Maio de 1956, terminaria a existência da Grande Comissão para a 20 do mesmo mês se proceder à inauguração do belo edifício. De Lisboa vieram várias entidades, cujas delegações seriam precedidas do mais extenso cortejo de automóveis, motos, scooters e bicicletas a motor e a pedal que foi constituído em Coina e que até hoje atravessou o Barreiro.
Ficaram famosos os “comboios de pedra”, com camionetas sempre cedidas gratuitamente, bem como as Campanhas dos Mosaicos, das Telhas, dos Azulejos Decorativos com motivos desportivos (inéditos em Portugal e feitos exclusivamente para o Barreirense), a Feira das Chapas Lusalite e outras tantas realizações.
A inauguração terminou com uma grande Sessão Solene, na qual António Balseiro Fragata, cujo busto, oferecido pela autarquia, permanece no Salão Nobre do clube, agradeceu aos que tornaram possível a realização do grande empreendimento, entregando, por fim, as chaves do edifício ao presidente da Direcção, Armando da Silva Pais.
Estava assim concluída a Grande Obra, na altura avaliada em 4.000 contos, na qual se havia gasto, porém, 2.100 contos. A outra parte representava o valor do trabalho hercúleo dos braços generosos e dos materiais ofertados.
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José Seixo
(dados recolhidos do livro "Barreiro Contemporâneo" de Armando Silva Pais)
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[texto publicado no JORNAL DO BARREIRO na série RECORDAR E VIVER, alusiva ao Centenário do Futebol Clube Barreirense]
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[texto publicado no JORNAL DO BARREIRO na série RECORDAR E VIVER, alusiva ao Centenário do Futebol Clube Barreirense]
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